domingo, 27 de janeiro de 2013

MURILO ARMACOLLO DE ROLÂNDIA NA FOLHA

DivulgaçãoFOLHA DE LONDRINA

Jovem deixou PR para correr atrás de sonho artístico

Jovem deixou o Paraná para correr atrás de seus sonhos e hoje coleciona vários trabalhos artísticos, inclusive na Rede Globo
Em sua primeira atuação na TV, Murilo Armacollo, natural de Rolândia, interpretou um transexual: ''Foi muito intenso, prazeroso e ao mesmo tempo doloroso''




A força de vontade, o talento e a simpatia de Murilo Geovani Armacollo, de 25 anos, foram os principais ingredientes que contribuíram para a sua ascensão no meio artístico. Nascido em Rolândia, onde passou a maior parte de sua infância, há cerca de seis anos decidiu começar um novo capítulo de sua vida: foi para São Paulo investir na carreira. 

E quem viu o paranaense brilhando no papel da transexual Julie na minissérie ''O Brado Retumbante'', exibida ano passado na Rede Globo, não imagina que seu sonho inicial era se tornar um cantor de sucesso. ''Sempre cantei e me mudei para 'Sampa' para tentar a carreira de cantor. Mas começaram a aparecer testes para musicais, que ligava música, dança e interpretação, três coisas que gosto bastante'', conta.

Solícito com a reportagem, com quem conversou por telefone e e-mail, Murilo conta que antes de ver a carreira deslanchar, precisou batalhar muito. Mudou-se para a capital paulista sem nada de concreto e ''deu a cara a tapas'' em busca de seus objetivos. ''Cheguei com R$ 70 no bolso e vontade de trabalhar. Fiz de tudo, desde telemarketing, animação de festa infantil. Até executivo junior virei'', recorda demonstrando sentir orgulho de sua trajetória. 

Quando começou a fazer testes de musicais e de publicidade recebeu muitas respostas negativas. ''Ouvi muito mais não do que sim. Eu nunca havia feito testes para a TV antes'', pontua. 

E após várias tentativas frustradas, Murilo recebeu um sim que mudou tudo. ''Foi no primeiro teste que fiz para a Rede Globo. Morei no Rio de Janeiro para fazer um musical e nessa época fiz o meu cadastro de ator na Globo. Depois de dois anos, me ligaram e ofereceram um teste, adiantando que seria para um personagem polêmico (a transexual Julie)'', lembra. 

Dias após a realização dos testes, recebeu a notícia de que estava escalado para ''O Brado Retumbante''. ''Tive que me dedicar inteiramente ao seriado. Mas não havia felicidade maior do que a que senti naquele momento. Começava a se realizar um grande sonho'', destaca. 

A partir daí, o garoto do Norte do Paraná começou a ganhar o País. O papel de impacto não intimidou Murilo, que driblou tudo com maestria e foi elogiado por atores do elenco, como a atriz Maria Fernanda Cândido, e diretores da teledramaturgia brasileira. ''Foi muito intenso, prazeroso e ao mesmo tempo doloroso. Tive que estudar muito, fiz laboratórios com algumas meninas transexuais'', revela, brincando que a parte mais sofrida foi ver como uma mulher sofre. 

Isso porque teve que depilar as pernas e axilas. ''Até tentei a barba, mas a dor foi tão grande, que preferi continuar no barbeador. E como estava muito musculoso, precisei emagrecer. Foram 15 quilos em duas semanas'', conta. 

Entre os principais trabalhos, Murilo destaca que além da minisérie já atuou em nove musicais. Entre eles, Walt Disney Company Brazil, Hairspray (direção de Miguel Falabella), New York New York, Cabaret (com Cláudia Raia) e o Fame. 

Da infância aos palcos 

Sempre que pode, Murilo faz questão de visitar a família em Rolândia e em outras cidades do Paraná. ''Também morei em Marechal Cândido Rondon, Campo Mourão e Cascavel. Tenho muitos amigos por aí, principalmente em Cascavel, onde meus pais ainda residem e passei parte da adolescência'', afirma. 

Apesar de apaixonado pelo que faz, não esconde que sente muita falta da família e da vida tranquila que levava. Murilo admite que sempre foi muito ligado à família. ''Quando vou ao Paraná tento ficar o máximo que posso com as pessoas que amo, jantar nos lugares que frequentava quando criança'', ressalta, acrescentando que se ''sente em casa'' quando está em Londrina. 

E a infância tranquila foi substituída por uma rotina atribulada, que inclui o assédio de fãs. ''Tento levar uma vida normal. Sou ator e não uma celebridade. Tento mostrar que a nossa profissão é como outra qualquer'', pondera.

Paula Costa Bonini 
Reportagem Local

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