terça-feira, 18 de julho de 2017

GEADA NEGRA NO NORTE DO PARANÁ EM 18 DE JULHO DE 1975 DIZIMOU CAFEZAIS

BONDE

Há 37 anos, geada negra destruiu cafezais no Norte do PR

O dia 18 de julho de 1975 entrou para a história da agricultura paranaense como a lembrança mais triste dos cafeicultores do Norte do Estado. Durante a fria madrugada daquele dia, quase todos os pés de café foram queimados pela geada negra, que causou mudanças econômicas e sociais no Paraná. 

O assessor da Cooperativa Integrada, Ademar Ajimura, com 26 anos na época, trabalhava com o pai na fazenda da família que tinha 120 alqueires de café. Quase 40 colonos trabalhavam no plantio e na colheita da principal cultura paranaense na fazenda, localizada em Cambé. 

Ajimura lembra que a geada começou ainda na tarde anterior quando a temperatura chegou aos 0º C por volta das 15h. No mesmo dia, nevou em Curitiba. "Antes da geada negra, choveu três dias seguidos. No dia 17, o tempo abriu e a temperatura caiu drasticamente. Depois das 16h, já era possível sentir o cheiro de folha queimada no ar", relata.


Ele recorda que durante a madrugada a temperatura atingiu -6ºC na relva e que uma camada de gelo de aproximadamente 40 cm se formou sobre o solo. "Eu e meu pai vimos todos os pés de café pretos nas propriedades dos vizinhos, mas não conseguimos chegar até a fazenda por causa do gelo na estrada. Somente na parte tarde, chegamos ao local e verificamos que os 150 alqueires foram perdidos", disse. 

Os agricultores foram obrigados a erradicar 100% dos pés de café, que foram substituídos pela soja. "Desde 1971, pequenas partes de terras eram reservadas para o milho e para soja que tinham dificuldades de escoamento e de mercado, o que mudou a partir de 1975", avaliou. "Até hoje, a região de Londrina não tem uma cultura definida. O café seria essa cultura se a geada negra não tivesse destruído os pés", opinou Ajimura, lembrando que a cidade era a capital mundial do café.

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