segunda-feira, 16 de março de 2015

UM CASO EXEMPLAR: PETISMO AGORA INCENTIVA PERSEGUIÇÃO E ASSÉDIO NAS RUAS. E AÍ, THOMAS TRAUMANN?

A ONDA VAI SER MESMO O ESTÍMULO AO COMPORTAMENTO FASCISTOIDE?

O que vou relatar aqui tem testemunhas:
- dezenas de pessoas que iam para o protesto;
- seguranças da Linha Amarela do Metrô;
- Polícias Militares.
Estava indo à manifestação, em companhia da minha mulher, num vagão da Linha Vermelha do Metrô, quando percebi alguém com um celular quase colado à minha orelha. Em companhia de outra jovem, a moça então dizia:
“Olhe, Reinaldo Azevedo indo para a manifestação. Deve ser a primeira vez que pega metrô na vida.” E com o celular ali, colado à minha orelha. Tanto é assim que esta  imagem, de autoria da moça — e dá para perceber que eu não sabia que estava sendo fotografado —, corre por aí. O deputado  Jean Wyllys (PSOL-RJ), me dizem, a publicou em seu Facebook como se fosse um absurdo eu estar num vagão de metrô.
Reinaldo Metrô
Fiquei incomodado. E seguiu-se um diálogo:
— Algum problema, moça?
— Estou cobrindo a manifestação.
— Não! Vocês está me incomodando.
— O metrô é público.
— Mas eu não sou. Já fez a foto? Então chega!
— Estou trabalhando.
— Para quem?
— Para a Folha de S.Paulo.
— É? Qual é o seu nome? Cadê a identificação?
— Você acha que eu vou dizer?
— Chega, conseguiu o que queria!
— Você está bravo só porque eu estou de vermelho?
— Você tá maluca!
— Você está bravo porque eu sou negra?
— Tenha dó!
— Você não gosta de dividir o espaço com um negro?
Sim, a moça estava pronta para arrumar um barraco e me acusar de racismo.
Assim mesmo, meus caros! Tenho as testemunhas todas, que se prontificaram a comparecer em juízo se eu tomar esse caminho. Chegamos à Linha Amarela do Metrô. Confesso que a reação à minha presença na plataforma até me constrangeu um pouco. Fui saudado por centenas de pessoas. Acenei, discretamente, posei para alguns selfies e pronto. E assim é não porque eu lidere alguma coisa, mas porque a realidade está se encarregando de demonstrar qual visão sobre o Brasil estava certa e qual estava errada. Não me refiro, claro!, à “minha” visão, mas àquela que remete a um país democrático e plural. Volto. Eu, de fato, estava indo trabalhar.  Escreveria a respeito.
Ela continuou colada a mim dentro do vagão da Linha Amarela, com o mesmo comportamento. Chegou a hora de dizer o seu nome e mostrar o seu rosto: segundo consta, Ana Krepp. Teria feito jornalismo no Mackenzie e, consta, saiu publicado em algum lugar, já trabalhou na Folha, de onde teria sido demitida. Nem vou me incomodar de perguntar ao jornal se isso é verdade porque não tem importância. Fato: ela não é jornalista da Folha. Tinha sido escalada para me importunar.
IMG_1103 (1)
Não desistiu. Colou em mim ao descer do trem.
Fiz o que as pessoas decentes fazem: sentindo-me assediado, incomodado, sem saber com que propósito e por quem, acionei a segurança da linha amarela. Tenho aqui o nome do profissional que me atendeu. Expliquei a situação. Eles recomendaram que eu e minha mulher esperássemos, déssemos um tempo. Pois a Ana Krepp não teve dúvida. Quando parece, esperando passar o fluxo, ela também parou. A pauta era eu. A pauta era me provocar. A pauta era arrumar confusão comigo num ambiente que poderia desencadear um tumulto. E esse era meu maior temor.
A segurança do metrô pode atuar, de maneira limitada e sem poderes de polícia, só na área da estação. Muito bem. Desci na estação Trianon, ela sempre grudada a mim, de celular em punho e fazendo comentários agressivos com a sua amiga. Encontrei, então, um grupo de policiais e fiz, mais uma vez, o que fazem as pessoas normais quando estão sendo assediadas: “Aquela moça está me importunando desde a Linha Vermelha do Metrô”.
O policial foi falar com ela. À diferença do que se diz por aí, não “fichou” ninguém. Fez com ela o que fez comigo: pediu nome e número de RG, nada mais. Mas não pensem que ela se intimidou, não! Ela queria confusão. Ela perseguia uma manchete: “Em tumulto liderado por Reinado Azevedo, militante petista é agredida porque estava de camiseta vermelha e é negra”, como ela fazia questão de anunciar.
Blogs sujos
A fantasia dela — contra todas as testemunhas — de que tentei obstar o seu trabalho (qual trabalho?) foi parar nos blogs sujos. E, agora, para a minha surpresa, recebo da revista Imprensa o seguinte e-mail:
Boa tarde, Reinaldo. Tudo bem?
Estamos publicando no portal IMPRENSA uma nota sobre a denúncia da jornalista Ana Krepp de que você a teria ameaçado ontem à caminho da manifestação na Av. Paulista. Gostaria de saber se quer comentar o caso e dar sua versão.
Aguardo seu retorno.
Vale dizer: um indivíduo — tenho o direito de ir e vir, ou não? — é absurdamente assediado num espaço público, faz a coisa correta, que é acionar os seguranças do metrô e a Polícia Militar, e vira “notícia”.
Também fotografei e filmei
Quando percebi que ela não parava mesmo de me fotografar, que saía do meu pé, eu também a fotografei. E filmei. E disse, sim: “Vou colocá-la no blog para ficar claro que você está me assediando. E tenho testemunhas”. Como se pode notar, agi corretamente. De resto, não sabia quem era ela, o que queria, qual o propósito.
Histeria coletiva
Esse troço nasce da histeria que tomou conta das páginas que servem ao lulo-petismo — no momento, defendem Dilma por falta de opção, mas sem muita convicção. 
Tenho as testemunhas, tenho tudo documentado, e vou continuar a fazer a coisa certa no estado de direito, a exemplo do que fiz ontem. A revista Imprensa considera que tudo é uma questão de “lado” e “outro lado”? A minha foto no vagão do metrô, que circula por aí, feita pela moça, evidencia que eu nem sei que estou na mira do seu celular. O registro que fiz dela evidencia que ela sabe estar sendo fotografada. Eu avisei.
Não sei que apito toca essa moça ou para quem trabalha. Se é só uma agente provocadora, fez direito o seu trabalho. Se não tem emprego, espero que os blogs que servem ao PT a contratem logo. Ela merece. E por um bom salário. Se posso colaborar para melhorar a sua vida, tanto melhor.
O governismo acha que é fazendo coisas como essa que vai conseguir reverter a maré negativa? “Olhe o Reinaldo afirmando que essa moça é uma agente…” Eu estou afirmando que a tentativa de me atacar é organizada e tem a marca registrada dos blogs oficialistas. Com a palavra, Thomas Traumann. Enviam-me trecho de um delirante que anda por aí em busca de notoriedade, segundo quem eu — sim, eu!!! — sou um dos responsáveis pela megamanifestação de ontem, que pode ter reunido mais de dois milhões de pessoas no Brasil inteiro.
Não! Eu não! Eu não me dou tanta importância. Não sou megalômano.
Ana Krepp é o nome dela? Olhe aí, Ana! Aproveite bem o seu grande momento. Faça com que o episódio lhe renda uma promoção na hierarquia da militância, com os óbvios benefícios que isso acarreta. 
Se a revista Imprensa acha que isso é pauta, a resposta está dada.
PS: Estou fechando a área de comentários. Como essa história não para aqui, não quero usar o episódio para eventual proselitismo. Peço a vocês que não comentem o caso em outros posts. 
PS2 – Agradeço a acolhida calorosa na manifestação de ontem. É bom apertar a mão de quem trabalha. É bom apertar a mão de quem estuda. É bom apertar a mão de quem trabalha e estuda. É bom apertar a mão de quem diz com clareza e orgulho: “Eu vim de graça!”. Nunca fui tão fotografado. Com o meu consentimento. De resto, meus caros, eis aí a imprensa com a qual eles sonham. O governo Dlima está só no começo das suas dificuldades. Se esse for o padrão, acaba caindo antes do que imagina.
Por Reinaldo Azevedo

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